terça-feira, 25 de maio de 2010

World Press Photo 2010





     Eis a 53ª edição da mais importante exposição internacional de fotojornalismo. E o Rio de Janeiro é a única cidade do Brasil a receber a exposição.



     A cada ano, as melhores imagens publicadas na imprensa são premiadas. Há fotos de 2009 dos fatos mais relevantes nas áreas de economia, política, esportes, cultura e até natureza.

     A foto do ano (acima) é do italiano Pietro Masturzo, que mostra o protesto de uma mulher, através do grito, em um telhado em Teerã. A foto foi tirada na noite seguinte às eleições presidenciais no Irã.

     Foram 101.960 imagens inscritas, enviadas por 5.847 fotógrafos de 128 países.

     O Brasil está representado pelo trabalho de Daniel Kfouri, que ficou com o terceiro lugar na categoria "Esporte e Ação".

     O mais interessante é que, ou ficamos sabendo de vários fatos históricos a partir das imagens exibidas. Ou acontecimentos conhecidos tomam uma outra proporção ao nos depararmos com as imagens. Um exemplo é a foto em que uma mãe abraça o filho que perdeu 40% do cérebro na guerra contra o Iraque.

     Outra foto mostra um homem condenado por adultério na Somália. Ele é apedrejado até a morte. Sabemos que o apedrejamento faz parte de outras culturas, mas ver as imagens desse ato torna tudo muito mais chocante.

      Sem dúvida alguma, é um programa obrigatório para quem gosta de fotografia, de história, de comunicação!!!

Fonte: sites Vizoo e Overmundo





Serviço:
Caixa Cultural RJ
Av. Almirante Barroso, 25 - Centro
Terça a sábado, das 10h às 22h
Domingo, das 10h às 21h
Entrada franca
Até o dia 26 de junho.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Viajo porque preciso. Volto porque te amo.

Para quem curte documentários, aí está uma ótima pedida!

Em cena, a viagem solitária de um geólogo, que não aparece em nenhum momento. No entanto, a narração em off é forte o suficiente para sustentar a história até o final.

Esse homem nos fala da sensação de passar vários dias na estrada. O que e quem ele encontra pelo caminho. A representatividade de cada um deles. E tudo torna-se ainda mais especial pelo fato de haver o término de uma relação amorosa.

A escolha das músicas é fantástica. São precisas e pontuais. Têm um papel fundamental na história. Cada letra passa a ter um valor muito maior do que comumente costumamos dar ao ouvir tais músicas.

Tudo bem, tenho que admitir que não ouço esse tipo de música por considerá-la extremamente brega, uma dor de cotovelo absoluta. Mas tenho que concordar que é adequadíssima ao contexto.

Estar na estrada representa também o momento de se estar só, da viagem interior, quando se é capaz de olhar melhor para dentro de si e encarar as felicidades, as tristezas, as feridas etc.

Esse olhar é imprescindível para que se possa fazer o movimento contrário: sentir saudades ou não do que ficou para trás. Perceber que é hora de voltar ou talvez seja o momento de mudar o rumo, retomar a vida e seguir em frente. Afinal, o tempo não para e a vida segue o seu curso.

Direção: Karim Ainouz e Marcelo Gomes.
Voz do geólogo: Irandhir Santos
Brasil/2009

Simplesmente eu, Clarice Lispector


Não sou uma leitora de Clarice Lispector. Na verdade, apenas li um livro. Mas o pouco que li, chamou a minha atenção.

Ela era alguém que necessitava escrever sobre a alma humana. Uma escritora que, através das palavras, dava voz ao que lhe angustiava.

Sem dúvida alguma, trata-se de um espetáculo para almas sensíveis, para quem gosta de se aprofundar em questões existencialistas, para pessoas questionadoras.

Quem for ao teatro esperando encontrar uma história com início, meio e fim, irá se desapontar. Vemos em cena Clarice Lispector e algumas de suas personagens, todas interpretadas magistralmente por Beth Goulart. 

Direção e interpretação: Beth Goulart
Supervisão: Amir Haddad
Serviço: Teatro Sesi - Av. Graça Aranha, 1 - Centro
3ª e 4ª às 19h30.
Ingressos a R$ 40.
Até 26 de maio.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Tudo pode dar certo


Inicialmente, é bom que se diga: é um filme de Woody Allen. E sendo assim, não poderia ficar de fora sua marca registrada, um humor que lhe é muito peculiar.

Em cena, Boris Yellnikoff, um homem super ranzinza que reclama de tudo e que, exatamente por isso, é uma figura!

É hilário vê-lo contar algo e se dirigir aos espectadores que, detalhe, só ele os "vê".

Ao seu redor, gravita uma mulher bem mais jovem, destituída da inteligência da qual ele tanto se orgulha em ter.

A moça tem pais religiosos, mas que, curiosamente, estão separados porque o marido traiu a esposa com a melhor amiga dela.

O mais curioso é o rumo dado a esse casal, os pais da moça. Há uma mudança drástica em cena, que para alguns seria apenas uma mudança, mas que pode parecer absurdo aos olhos de outros. Eis um grande barato do filme.

A cena final, que obviamente não vou contar, é bastante interessante porque nos mostra que as situações na vida podem mudar de uma maneira inimaginável e que, mesmo assim, podem dar certo.

Em dezembro de 2010, Woody Allen comemorará 76 anos de idade, mas seus filmes continuam com um frescor delicioso!

Elenco: Larry Davida, Evan Rachel Wood, Patricia Clarkson, Ed Begley Jr., Henry Cavill.
Direção: Woody Allen - França/EUA 2009
Curiosidade: Woody Allen é apenas um pseudônimo. O nome verdadeiro do cineasta é Allan Stewart Königsberg. Fonte: Wikipédia.

domingo, 2 de maio de 2010

Alice no País das Maravilhas


Estava ansiosa para assistir ao mais novo filme de Tim Burton por três motivos: por ser um filme de Tim Burton; para ver a atuação de Johnny Depp, um ator que muito admiro; e, é claro, para ver essa nova versão de Alice no País das Maravilhas.

Assisti ao filme com legendas e em 3D. Esteticamente, o filme é um primor. São muitos detalhes, cores e movimentos. Uma riqueza visual!

A atuação de Helena Bonham Carter como a Rainha Vermelha é excepcional! E bastante intrigante é o fosso ao redor do castelo, no qual há várias cabeças cortadas. Uma cena bastante forte, sem dúvida alguma!

Se já o achasse enigmático, o que dizer do Gato Risonho? Lindo demais! A voz do bichano pertence a Stephen Fry.

Enfim, "Alice no País das Maravilhas" é uma boa diversão. Não há nada de excepcional. E isso, talvez, tenha gerado um pouco de decepção em pessoas que esperavam se deparar com algo mais surpreendente.

Eu fiquei satisfeita com a nova versão da estória dirigida por Tim Burton. E ver Johnny Depp em cena é sempre um enorme prazer!

A mensagem deixada por Alice quando retorna à cena do noivado é bacana. Devemos aceitar fazer algo para deixar os outros felizes ou temos que pensar se tal ato nos fará feliz? Vá e tire suas próprias conclusões.

Elenco: Mia Wasikowska, Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Anne Hathaway, Crispin Glover, Stephen Fry, Alan Rickman etc.
Direção: Tim Burton
EUA/2010
Curiosidades:
  • Esta é a sétima vez que Johnny Depp trabalha com o diretor Tim Burton;
  • Esta é a sexta vez que Helena Bonham Carter trabalha com Tim Burton, seu marido na vida real.
  • A fotografia principal do filme foi rodada em 40 dias. Fonte: site Adoro Cinema.

sábado, 1 de maio de 2010

Mary e Max - Uma Amizade Diferente




Sou fã de carteirinha das animações. Sempre que possível, não perco o que é realizado pela Dreamworks e pela Pixar. As animações, diga-se de passagem, estão cada vez melhores!

Fui ao cinema para assistir a um filme e me deparei com o trailer de "Mary e Max - Uma Amizade Diferente", que prendeu a minha atenção pela história e principalmente por se tratar de um filme realizado com massinha de modelar. Pensei: "vou ver esse filme".

Dito e feito. Quando o filme começa, logo se entende porque a animação não tem cópias dubladas. Não é um filme infantil. E dá-lhe "saia justa". Havia vários pimpolhos acompanhados dos pais e fiquei imaginando em que "sinuca de bico" estes se encontravam. Crentes que estavam levando os filhos para uma alegre animação e não é bem isso o que encontraram.

O que esperar de um filme que narra a história de amizade entre Mary, uma menina de oito anos que mora em Melboune, Austrália e Max Horovitz, um homem de 44 anos que reside nos Estados Unidos, mais precisamente em Nova York. Curioso, né? E torna-se ainda mais quando sabemos que o filme é baseado numa história real (isso não é redundante?).


O que pode unir duas pessoas com características tão diferentes? A solidão. E o mais surpreendente: trata-se de uma amizade que dura cerca de 20 anos.

Mary é gordinha, adora chocolates, tem uma mancha no rosto (motivo de humilhações) e é sozinha. O pai tem como hobby a taxidermia e a mãe, excêntrica, vive em um mundo à parte graças ao consumo exagerado de cherry.

Max também é gordo, adora chocolates e é sozinho. Se tudo isso não fosse suficiente, ainda sofre da Síndrome de Asperger. http://www.amar-ela.com/sindrome-de-asperger.

Duas pessoas tão diferentes e tão iguais. Os temas apresentados não são nem um pouco infantis e eis a "saia justa" a qual me referi acima.

Sem dúvida alguma, o filme superou as minhas expectativas. Super indicado para todos, principalmente para as almas mais sensíveis.

Em vez de contar o filme, que não teria a menor graça, prefiro explanar sobre a solidão, um tema pra lá de atual.

A solidão é saudável e faz-se necessária quando preciso estar só. Consigo me ver melhor. Consigo pensar melhor. São momentos em que paro para refletir sobre quem eu sou e o que eu quero. Exercício fundamental para não perder de vista a minha identidade.

Mas a permanente solidão machuca, fere. Não ter com quem estar, em quem confiar e com quem confidenciar deve ser muito doloroso. Hoje, mais do que nunca, as pessoas vivem "olhando para os próprios umbigos", fecham-se com medo de sofrer, de serem decepcionadas. E esquecem que viver envolve riscos. Mas o medo é tenebroso por paralisar as pessoas.

O advanço da internet ainda propiciou um outro tipo de relacionamento: o virtual. As pessoas se protegem e ainda podem se passar por aquilo que, na realidade, não são. Hoje temos tantos sites de relacionamento, chats e afins, que certamente ajudam a aplacar a solidão, mas não a eliminá-la. Falsa ilusão.

Se sentir sozinho não é fácil, mas um tipo de solidão que incomoda absurdamente é quando se está cercado de pessoas. Por que nos sentimos miseravelmente sós? Estar com quaisquer pessoas, tomar "remedinhos da felicidade" (falsa felicidade, na verdade) e se esforçar para ser o que não é trazem ainda mais angústia, aumentando a sensação de solidão. A hora da verdade chega quando se coloca a cabeça sobre o travesseiro. Não tem pra onde correr. É você com você!

Fica a seguinte pergunta no ar: qual é o verdadeiro antídoto contra a solidão?

Vozes de Toni Collette, Philip Seymour Hoffman, Eric Bana, Bethany Whitmore e Barry Humphries.
Direção: Adam Elliot
Austrália/2009