Para quem curte documentários, aí está uma ótima pedida!
Em cena, a viagem solitária de um geólogo, que não aparece em nenhum momento. No entanto, a narração em off é forte o suficiente para sustentar a história até o final.
Esse homem nos fala da sensação de passar vários dias na estrada. O que e quem ele encontra pelo caminho. A representatividade de cada um deles. E tudo torna-se ainda mais especial pelo fato de haver o término de uma relação amorosa.
A escolha das músicas é fantástica. São precisas e pontuais. Têm um papel fundamental na história. Cada letra passa a ter um valor muito maior do que comumente costumamos dar ao ouvir tais músicas.
Tudo bem, tenho que admitir que não ouço esse tipo de música por considerá-la extremamente brega, uma dor de cotovelo absoluta. Mas tenho que concordar que é adequadíssima ao contexto.
Estar na estrada representa também o momento de se estar só, da viagem interior, quando se é capaz de olhar melhor para dentro de si e encarar as felicidades, as tristezas, as feridas etc.
Esse olhar é imprescindível para que se possa fazer o movimento contrário: sentir saudades ou não do que ficou para trás. Perceber que é hora de voltar ou talvez seja o momento de mudar o rumo, retomar a vida e seguir em frente. Afinal, o tempo não para e a vida segue o seu curso.
Direção: Karim Ainouz e Marcelo Gomes.
Voz do geólogo: Irandhir Santos
Brasil/2009
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Déa, este filme revela a dicotomia da viagem, seja ela para onde for, desde que em um momento de introspecção, como uma ferramenta concomitante da procura ou da fuga sobre a sina, destacando-se assim desde o título. O final destaca, de sopino, a inquietude do inevitável, interminável e previsivel vazio. Gostei!!
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